A questão da produtividade continua a ser recorrente num contexto de crise económica e financeira que penaliza a economia dos países menos competitivos. Convém, assim, perceber este fenómeno.
Em termos micro, ou seja ao nível das empresas, a produtividade, de acordo com diferentes autores, é medida de várias formas, como pelas equações: “proveitos” sobre “custos”; “volume de vendas” sobre “número de RH” e “valor acrescentado bruto” (VAB) sobre “número de RH”, entre outras.
A primeira dá-nos a relação directa entre outputs e inputs, ou seja, o rácio de “valor” criado ou acrescentado por unidade monetária, gerado pela actividade produtiva, a segunda equação dá-nos o volume de vendas per capita e a terceira o valor acrescentado per capita.
Todos estes rácios são afectados por factores como:
- sistema organizacional e de gestão, nomeadamente na definição dos processos produtivos e de suporte da cadeia de valor da organização;
- competências humanas, relacionadas com os conhecimentos e experiência que cada trabalhador detém relacionados com as suas tarefas e funções, tanto nas actividade produtivas como de suporte da cadeia de valor;
- capacidade de produção dos equipamentos, especialmente nas áreas produtiva e da logística em que a tecnologia desempenha especial papel;
- capacidade de análise e transmissão da informação, nomeadamente na componentes hard e soft dos sistemas TIC ;
- rendimento das matérias primas, principalmente a qualidade das mesmas e a sua adequação ao propósito;
- externalidade, nomeadamente as leis laborais e outras bem como o contexto socioeconómico, que afectam o rendimento dos recursos utilizados, sejam eles humanos ou materiais.
Em termos macro, ou seja ao nível do país, a produtividade costuma ser medida de várias formas, conforme os autores: “produto interno bruto” sobre “população total” ou “população activa” e “valor acrescentado total” sobre “população total” ou “população activa”, entre outras.
A primeira formula dá-nos o rácio de valor acrescentado per capita total ou activo e o segundo o valor produzido per capita total ou activo.
Estes rácios são afectados por factores como:
- produto interno bruto, medido pelo total da produção de valor que o país atinge, que depende da capacidade produtiva e de criação de valor do tecido empresarial privado e público;
- valor acrescentado total, ou seja a capacidade da economia em criar ou acrescentar valor, nomeadamente pelo tecido empresarial privado e público;
- total da população existente, sendo que toda a população é considerada para efeito da determinação do rácio, independentemente da sua condição produtiva;
- total da população activa existente, em que apenas a população activa ou em condições de actividade, entenda-se desempregados em idade activa, são considerados para efeitos do rácio, sendo que desta população activa consta toda aquela que desenvolve actividade, seja ela considerada ou não como criadora de valor;
Como podemos facilmente depreender, a economia de um país depende do tecido empresarial, público e privado, expresso na sua capacidade de criar e acrescentar valor, e da governação do mesmo país no desenvolvimento de politicas que diminuam os efeitos negativos das externalidades (ambiente externo às empresa que é o mesmo que o ambiente interno do país), do peso da máquina do Estado bem como da sua capacidade na criação de politicas a acções externas, comerciais e outras, que facilitem o desenvolvimento da economia interna.
Com base nestes princípios, não será difícil, tanto a nível micro como macro, desenvolver as políticas mais adequadas e os necessários planos de acção para que a produtividade, micro e macro, possa subir.
Então, porque continuamos a ser um dos piores países da Europa no que se refere a produtividade?
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