segunda-feira, 14 de setembro de 2009

SANTOS DA CASA NÃO FAZEM MILAGRES

Um dos artigos publicados neste  blog, (Visão Mortífera, Maio 2009) foi retirado de um “paper” que foi enviado na sua forma completa em simultâneo para duas conferências internacionais, uma a acontecer em Portugal (Gaia) e outra na Austrália (Melbourne), ambas ainda este ano.

Não fazendo eu parte da “academia”, enviar comunicações para conferências internacionais  que são organizadas por universidades é um desafio arrojado, que tem à partida o “não” como quase certo.

A comunicação, como se poderá ver pelo artigo deste blog, não segue exactamente o modelo da academia. Nem foi essa a minha preocupação.

Pretendi apresentar na comunicação que existe uma potencial relação entre a evolução tecnológica e o “valor” criado pela actividade humana e as consequências que as diferentes possíveis combinações resultantes dessa relação podem significar para a sociedade e a economia mundial.

Não estando muito preocupado com a forma, preocupei-me mais com o conteúdo, até porque é esse que poderá interferir nas nossas vidas.

O mesmo “paper” foi enviado exactamente igual para ambas as conferências, na expectativa de que se fosse aprovada para uma das conferências teria de prescindir da outra por questões de direitos de publicação, mas acabei por não necessitar de ter de utilizar este expediente.

Dos júris de ambas as conferências recebi comentários sobre a forma, o que para mim não foi surpresa, na medida em que sabia claramente que tendo preferido adaptar o conteúdo da comunicação ao limite de páginas de texto aceites em vez de utilizar o mesmo espaço para seguir as regras respeitantes à produção de comunicações, os comentários seriam mais do que esperados.

Assim, com base nessa avaliação, o júri da conferência em Portugal acabou por não aceitar a minha comunicação. Quanto ao conteúdo nada disse nem referiu.

Contudo, o júri da conferência na Austrália, mesmo considerando que a “forma” não estando correcta poderia ser corrigida, com base no conteúdo, aceitou a comunicação para ser apresentada na dita conferência, com o seguinte comentários: This is because the questions raised in this paper have far reaching implications for a variety of disciplines, and it takes a lot of courage to attempt what you have done.”

Assim, irei apresentar a referida comunicação na Austrália em vez de o fazer no meu país.

E mais comentários não faço.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A LIBERDADE DE IMPRENSA NA TVI.

Num outro forum, alguém perguntou:

“Será que alguém se importa com a saída da Manuela Moura Guedes? E fará falta ao panorama informativo nacional?”

Como telespectador vejo as notícias da SIC notícias e CNN (pouco mais). Outros programas que possa ocasionalmente ver serão alguns específicos da RTP2 e dos canais temático da TVCABO (que agora se chama ZON, não é?)

Por este perfil, poder-se-á ver que não sou adepto da TVI, nem no tempo do BigBrother nem do Marcelo, que continuo a não ver na RTP1, nem de outros "astros" do universo mediático que passam pelas televisões (nem via o Santana contra o Sócrates na RTP1, por achar que eram demasiado ocos e facciosos nas suas visões e comentários).

Depois, já tenho idade e experiência de vida suficientes para estar muito acima da mediocridade da política portuguesa (desculpe-se a minha potencial arrogância) pelo que sou perfeitamente livre para ver o que se faz e se diz e qual o seu significado e quais as patranhas que se engendram por detrás de falinhas mansas e da hipocrisia intolerável que caracteriza o nosso panorama político. Sem necessidade de me justificar, ainda digo que expresso as minhas opiniões sobre qualquer dirigente político (como já o fiz directamente à Manuela Ferreira Leite em devido forum, o farei a Sócrates se tiver essa oportunidade ou a outro qualquer). Finalmente, nem costumo votar se não encontrar afinidade com algum programa político. Dito isto, aqui vai:

A forma de fazer jornalismo da Manuela Moura Guedes é efectivamente pouco "comestível". A sua saída não deixará pena, pelo menos a mim. Haverá outros que poderiam aproveitar a ocasião e ir também embora.

A Manuela é uma "jovem" das minhas idades e o que mais lamento é que a doce recordação de uma canção que a celebrizou há cerca de trinta anos seja deixada para segundo plano porque o que iremos lembrar é uma MMG transformada sob muitos aspectos. Lá se foi a doce imagem da juventude.

Mas o que a Manuela fez, na sua luta contra Sócrates, fará falta?

aí temos outra questão, que não foi colocada inicialmente, mas que eu me atrevo a fazer agora.

Aqui tenho as minhas dúvidas se não corremos o risco de perdermos uma voz, nem sempre certa e da forma correcta, que aproveitava o facto de haver "liberdade" para se fazer notar e para trazer a público assuntos que podem ser do interesse da sociedade.

E aqui vem à baila a questão da "liberdade".

Sabemos que ultimamente têm vindo a terreiro várias denúncias de tentativa de interferência na liberdade de expressão e de decisão de algumas pessoas.

Alguns directores de informação (inquestionáveis na sua honestidade) foram pressionados para ignorar o caso da Universidade Independente e do diploma de Sócrates. Alguém se atreve a desmentir? parece que não!

Algumas empresas (os jornais fizeram eco de vários casos nos últimos dias) dizem que sofreram pressões políticas para se manterem dentro de uma certa linha ou perderiam oportunidades de negócio. Mentirosos? duvido!

Sabemos que a MMG andava numa guerra declarada contra Sócrates, depois do episódio deste a alcunhar de "jornalista travestida".

Sabemos que, independentemente dos culpados, existe muito para explicar sobre o Freeport, o projecto da Cova da Beira e diplomas de curso passados ao domingo, bem como das pressões políticas sobre a sociedade.

E agora, de forma perfeitamente independente, a quem convém mais a saída da MMG?

Claramente a Sócrates.

Acaba-se com uma voz discordante que iria fazer tudo para o deitar abaixo até às eleições e aproveita para culpar a oposição de que estão a fazer aproveitamento politico do facto, ao qual pretende ser alheio, e assim se tornar em vítima. Ficará visto como o pobre "coitado" (outro Zé Maria do BigBrother) que o nosso povo tanto gosta de defender.

O que ganha a oposição? Nada!

Primeiro perde MMG e o seu combate contra um inimigo comum.

Depois vê-se acusada de se estar a aproveitar do evento.

Terceiro, se refilar muito, porque também tem telhados de vidro (histórias do passado menos bem contadas), acabará por ser acusada de hipocrisia e de falsidade e desonestidade política.

Claro que nem todos conseguem ver desta forma (alguns não querem ver por várias razões, por beneficiarem do acontecimento ou por medo de o dizerem)

A mim já me mandaram ficar "calado..." duas vezes. nem por isso vou deixar de dizer o que penso. No dia que tiver de ficar calado, se ainda for a tempo, saio do país para sempre. Já não tenho idade para aturar mentiras.

Pensem por vós próprios, sem pressões, e decidam por vós. Quem viveu o 25 de Abril compreenderá o que quero dizer. Os outros terão de acreditar que só com suficiente liberdade intelectual e emocional conseguiremos compreender as "mentiras" que nos querem impingir a todo o momento.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Separar as águas

Tenho utilizado este blog para expor muitas das minhas opiniões sobre vários temas, com carácter político, económico e técnico.
Contudo, e com o objectivo de separar as águas, criei um novo blog, "É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!", em http://eaeconomiaestupido.blogspot.com , que tem como objectivo fazer a relação entre política e economia.
Dois temas já foram abordados:
 TGV vs AEROPORTO
 A  SEGURANÇA E A ECONOMIA

Neste blog continuarei a publicar artigos essencialmente técnicos dentro das minhas áreas de especialização e sobre assuntos da sociedade que possam merecer a atenção.

Fica o meu agradecimento para quem vai lendo as minhas palavras.
TF