terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Pura Ficção?! tomara que sim.

Obama recusa-se a tomar posse.

Com certeza que já é do conhecimento de todos a notícia avançada ontem já noite, 17 de Janeiro de 2009, de que B. Obama acabou de se recusar a tomar posse como Presidente dos EUA, a apenas três dias da data prevista para depois de amanhã, no seguimento do aviso que tinha feito há uma semana atrás, como manifestação de repúdio pela actuação do ainda Presidente G. Bush e dos mais altos dignitários militares norte americanos no conflito do no Médio Oriente e Europa, o qual está a assumir dimensões globais.

Tudo começou nos últimos dias de Dezembro passado com a invasão por terra das tropas Israelitas da Faixa de Gaza, o qual levou o Irão e de seguida a Síria a declararem guerra a Israel. O suporte Norte Americano, especialmente o de G. Bush, aos bombardeamentos de Teerão e Ancara pela aviação Israelita que destrui grande parte das infra-estruturas governamentais dos dois Estados, bem como a destruição das instalações nucleares Iranianas por Israel, provocou uma divisão na Europa e no resto do mundo que deu o que temos em mãos. Os Estados Islâmicos na sua quase maioria declararam guerra a Israel e aos seus aliados, neste caso os EUA. Até a Albânia, que quase não tem poder militar para garantir a sua própria segurança interna, se envolveu nessa declaração de guerra.

Temos o mundo Islâmico, salvo raras excepções como a Indonésia por temerem o poderio militar instalado no Pacífico e alguns países na faixa mediterrânica do Norte de África, a Líbia e Marrocos, por razões estratégicas que têm a ver com os acordos de não agressão com alguns países europeus, de um lado e Israel, os EUA, a Inglaterra, a Grécia (por causa da Turquia), a Austrália e a Índia, até ver, do outro lado. A pressão exercida pelos EUA sobre a França, Espanha, Alemanha e Itália tem sido enorme para que se juntem ao esforço militar, prevendo-se que quando um deles entrar no conflito os outros três e até mesmo países como Portugal, Polónia, Hungria, Roménia se vejam também na obrigação de participar nesta maldita guerra que cresce todos os dias.

B. Obama ameaçou que não assumiria a presidência de um país em guerra, especialmente provocada pela conduta do Presidente cessante, extremamente bélica e que defende os interesses dos militares e dos fabricantes de armamento e de outros produtos subsidiários à guerra, sem olhar aos interesses da população em geral, tanto dos EUA como do resto do mundo. A crise financeira e económica do ano passado deu em conflito, que se teme que ainda se generalize mais se a Rússia e a China entrarem no mesmo, sendo que parece que entraria um para cada lado da barricada.

Por outro lado, e contra o espírito de liberdade Norte Americano, G. Bush parece querer agarrar-se ao poder, agora que tem o suporte declarado de todas as hierarquias militares do país. As manifestações civis dos últimos dias a pedir o fim imediato do conflito, ou a saída dos EUA do mesmo de forma a que se apague a chama que mais o alimenta (o ódio dos países islâmicos aos EUA), bem como a saída de Bush da Casa Branca, foram fortemente reprimidas pelas forças policiais e militares, atingindo níveis de violência e de utilização de meios bélicos nunca vistos nos EUA.

Se Obama não assumir a presidência dia 20, facto inédito na história dos EUA, pode levar a uma crise política interna que põe em risco a própria democracia no país, e com repercussões nos sistemas políticos no resto do mundo, conforme opinião da maioria dos analistas políticos mundiais.

Desta forma, não é uma questão de guerra actual, é uma questão de que futuro pós-guerra nos espera em termos de regimes políticos dominantes. O totalitarismo parece estar a nascer em muitos países, e se tal vier a tomar forma, o mundo, como o conhecemos, irá desaparecer. O futuro nunca foi tão incerto como nos dias de hoje.

Nota: Este artigo é pura ficção hoje, 30 de Dezembro de 2008, mas poderá ser demasiado real nos próximos tempos. Esperemos que não.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Porque estamos em crise? E como e quem resolve a crise?

Este é um assunto que, apesar da enorme importância que o mesmo possa ter na vida de todos nós, a população em geral não parece querer discuti-lo. Parece existir duas grandes razões para tal: a primeira diz respeito à atitude passiva colectiva, em que se assume que se não fizemos nada para criar a crise, então não temos que fazer nada para a resolver, e os governos e os bancos que a resolvam; ou a segunda que diz respeito à ignorância existente sobre o assunto, por falta de conhecimento técnico ou falta de informação, pelo que “penas que não se vêm não se sentem”.

Não sendo especialista em macro economia ou sobre o sistema financeiro, tenho tentado encontrar informação que me possa ajudar a compreender o que se passa à minha volta (e agora é a crise que me rodeia por todos os lados, tanto a nível pessoal como profissional), sendo que encontrei nos mais variados fóruns muitas opiniões mais ou menos coincidentes.

A maioria dos comentários parece incidir num ponto: o actual sistema monetário/ financeiro/ bancário/ político/ et cetera está “podre”! Tornado podre pelo oportunismo de uma classe dirigente (do sistema) que se tem aproveitado das condições para sugarem, extorquirem, se apoderarem de avultadas riquezas (na forma monetária que rapidamente passaram para outras formas) e das fraquezas (há quem lhe chame dependência) da classe política, que cegamente abre o caminho legal para que uns poucos possam abusar da maioria.

O sistema capitalista parece estar a atravessar uma grave crise. Uma economia baseada na concorrência, na oportunidade, na acumulação de riqueza em apenas algumas mãos, no consumo desenfreado, na dependência do trabalho, et cetera é, para muitos líderes de opinião e especialistas, insustentável a longo prazo, sendo que se criarão polarizações extremas entre muito ricos e muito pobres, com m imenso vazio no meio.

Sendo este o problema, então a discussão deverá centrar-se à volta das alternativas que se poderão colocar ao mesmo. Várias já foram as tentativas no passado para apresentar alternativas que, como bem sabemos, acabaram por falhar. Mas isso não implica que não se tente encontrar ou criar uma alternativa ao sistema organizacional da sociedade e da economia que funcione sem causar as entropias e as desigualdades que o capitalismo cria.

Mas o que continuamos a observar é que o mundo (pelo menos o dos políticos e do sistema financeiro) está preocupado em resolver os problemas dos principais causadores da crise (os tais dentro do sistema) e não em eliminar as causas, em encontrar novas soluções para um problema que parece levar-nos progressivamente ao abismo. Continuamos a alimentar o mesmo sistema, o tal que está “podre”, sem se tentar encontrar um novo “paradigma societal”. Quanto tempo mais vamos nós viver até vermos a ruptura completa do actual sistema e os consequentes impactes que a mesma trará para a sociedade, sem que ninguém com obrigação para tal faça nada para impedir a “desgraça”?

Parece que nem esperança nos resta!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Mais um embuste

A Europa está preocupada. De tal forma que os países da UE resolveram implementar um plano de ajuda à economia europeia, com acções específicas em cada um dos países da união. Desta forma, o Governo Português acabou de anunciar um pacote de medidas de apoio ao emprego, à energia, às empresas, etc., de forma a revitalizar a nossa economia e evitar que a mesma entre em recessão, ou se já entrou, que a ajude a sair da mesma.
Não querendo entrar nos detalhes dos planos que o nosso governo desenvolveu, gostaria de abordar apenas um único aspecto desse plano. O reforço à capacidade de financiamento das PME, com mais um pacote que se vem juntar aos anteriores PME Investe I e II.
É sobre este ponto em particular que merece tecer umas breves considerações.
O programa PME Investe tem como objectivo facultar às empresas, principalmente às PME, financiamento a taxas de juros bonificadas. Para o efeito, o Estado compromete-se a suportar uma parte dos juros a cobrar pela Banca, o que para o primeiro programa PME Investe era de 1,25% e para o segundo de 0,5%, sendo que existe um limite mínimo de 3% que as empresas terão sempre de suportar.
Em meados de 2008, aquando do lançamento do PME Investe I, as taxas de juros praticadas pelos bancos para empréstimos, e em função da Euribor, andavam acima dos 5% ano. Se considerarmos que os mesmos bancos ofereciam na altura juros de mais de 5% aos depósitos a prazo, poderemos, facilmente, compreender que o juro bonificado pelo PME Investe I seria potencialmente inferior ao juro pago pelos bancos nos depósitos a prazo. Aqui estava uma oportunidade de negócio, assim pensaram muitos, que enquanto tivessem o capital do empréstimo na sua conta, à espera de fazer os devidos investimentos, até poderiam obter algum benefício extra com o diferencial dos juros pagos e recebidos.
O programa PME Investe II, que veio reforçar o primeiro, já só ofereceu 0,5%, o que torna esse esquema mais difícil de se obter, até devido ao aumento do valor percentual do spread que os bancos passaram a praticar.
Mas este não é o problema. O problema está no facto que as empresas que viram os seus pedidos de financiamento ao abrigo desses dois programas ainda continuam por “ver a cor ao dinheiro”. Mas desta vez, este atraso da burocracia que caracteriza as acções da nossa administração pública, e ao contrário do que quase sempre acontece, até veio beneficiar as empresas.
Vejamos um pequeno detalhe destas operações. O Estado suporta parte dos juros que os bancos cobram, 1,25 ou 0,5 porcento, no primeiro e no segundo programa respectivamente. Metade do valor do financiamento de cada empresa é garantido à entidade bancária que faz o empréstimo à empresa por um fundo de garantia mútua, retendo-se 1% do valor total do financiamento para depósito nesse mesmo fundo, o que leva a que o banco só assuma metade do risco. Contudo, os bancos exigem em muitos casos que a empresa garanta os outros 50 porcento do financiamento através de garantias reais, entenda-se aplicações a prazo no mesmo banco. Assim, e em contas rápidas de se fazerem, as empresas ficam com 49% do valor do financiamento para utilizar nos seus investimentos.
A acrescentar a esta realidade temos que com a descida constante da taxa de referência do BCE e, consequentemente, da Euribor, também por via das garantias disponibilizadas pelo governo à banca que tem trazido alguma confiança ao mercado financeiro, as empresas acabam por ter de pagar o valor mínimo de taxa de juros estipulado de 3%, o Estado acaba por pagar pouco ou mesmo quase nada e os bancos vêm os seus fundos reforçados, melhorando os seus rácios de solvabilidade. As empresas acabam por pagar todo este exercício de engenharia financeira que, se tivermos em conta a disponibilidade antecipada da informação ou a capacidade de influenciar as tendências da taxa de juros pelos partes que promovem este tipo de acção, assume um carácter maquiavélico que ultrapassa a compreensão da esmagadora maioria das pessoas.
Assim, às empresas que ainda não assinaram contrato nenhum no âmbito dos programas PME Investe, fica um conselho: rejeitem a oferta!
Às que pensarem candidatar-se à nova fase anunciada pelo Governo, façam bens as contas antes de perderem tempo com mais um embuste que nos querem oferecer.
Agora, fica ainda uma pergunta: se as empresas realizarem que não têm vantagens nenhumas com estes programas de ajuda ao investimento e não os utilizarem, para onde vão os vários milhares de milhão de euros anunciados pomposamente como a grande ajuda às PME?