quinta-feira, 9 de julho de 2015

Printing Press: One of the most impacting cultural innovations in Man’s history.

“Cultural value” and “cultural innovation”, related to products (goods and services) is a very new theme in academic and professional research. Only a few researchers are doing the first steps into the analysis of cultural value in products and of how cultural innovation in society can be related to products, and vice versa. There is still a long way to be made, as people need to understand these new two concepts much deeper.
To illustrate what cultural value and cultural innovation are, I will use in this text the case of the “Printing Press”. We all know that Gutenberg, a German goldsmith who lived in the 15th century, invented the printing press. Despite all prior attempts in China and Europe (1) to make printing easier and less expensive, the adoption of individual printing characters and the use of a press created a revolution in the reproduction of books and other texts.
The technological innovation, at the time, of creating individual characters, to replaced the wooden carved blocks, and the utilization of the press technology from the wine making industry, may now seem simple and easy to us. However, the new utility value provided by the new printing technology allowed for the production of books at a much lower price to consumers. As a result of the printing press technology, the increment in demand of books increased dramatically, which lead to the development of a new industry, creating new economic value. But the greatest revolution induced by the invention of printing press was at the cultural value level. The spread of information and knowledge that the new printing technology brought to humanity changed societies. The renaissance is, deeply, the result of the printing press technology.
Technology revolutions can lead to cultural revolutions. I call it cultural innovation, what in practical terms means that a new product may induce or serve as a tool to behavior changes in society. In the particular case of cultural innovation caused by or using new technology, which I named “newel cultural innovation”, we may find many examples in history, mainly since the beginning of what is known as the industrial revolution.
Now a days the Internet is, possibly, the most impacting factor on cultural innovation, going much further beyond the printing press revolution.


(1) http://www.livescience.com/43639-who-invented-the-printing-press.html

quinta-feira, 2 de julho de 2015

IDI em Portugal -

Manuel Teles Fernandes
(2015)


Em finais de Fevereiro de 2015 os media nacionais deram voz a algumas das conclusões da COTEC sobre o investimento público nacional na investigação relacionada com a criação de produtos. De acordo com a análise feita aos resultados do investimento público feito durante o período de 2000 a 2012 nessa área, no montante de 643 milhões de euros, concluiu-se que o mesmo não teve o consequente e desejado retorno na criação de valor para a economia.
O investimento público tem dois eixos principais: (i) o apoio às universidades, centros tecnológicos e afins, nas áreas da investigação fundamental e aplicada e na qualificação cientifica de recursos humanos, e (ii) às empresas com actividades de IDI. A causa mais flagrante para o resultado apresentado pela COTEC é a desadequação do investimento com a realidade do país, nomeadamente o desalinhamento do mesmo com a actividade económica existente.
Esta indicação leva à necessidade de compreender, em mais detalhe, o que se passa, efectivamente, na economia real. Uma parte do investimento feito pelo erário publico foi canalizado para as empresas que desenvolvem actividades de IDI, por via dos diferentes programas de apoio ao desenvolvimento económico, co-financiados pela União Europeia.
Um dos resultados desse esforço foi a certificação de muitas empresas pela norma portuguesa NP4457 – Gestão da Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI) – Requisitos do sistema de gestão da IDI. Na lista, disponibilizada na base de dados do IPAC (Instituto Português de Acreditação, Março 2015), identificam-se 164 organizações que obtiveram a certificação do seu sistema de gestão da IDI. É sobre estas empresas que incide um estudo cujos resultados serão objecto de publicação em forma de artigo, numa revista académico nacional, e do qual se extraiu o resumo que se segue.
As 164 empresas que constam na base de dados do IPAC, todas com certificação dos seus sistemas de gestão da IDI, foram sujeitas a uma análise detalhada por um painel pluridisciplinar de especialistas nas áreas da gestão pelo valor, da inovação, da economia e da qualidade, bem como em auditoria à norma da IDI. Para efeito dessa análise foi considerado o âmbito da certificação das empresas e as informações disponibilizadas pelas mesmas nos diferentes media de livre acesso ao público.
A análise aponta para que 26,6% das empresas assenta o seu principal esforço de inovação no desenvolvimento de produtos, 68,3% nos serviços que presta, e 5,5% nos seus próprios processos internos.
Da amostra total, apenas 2,4% das empresas apresenta claras evidências de que os seus processo de inovação assentam na criação de valor, por via da produção de produtos e serviços que são novos para o mundo, sendo este o nível mais elevado de inovação de acordo com a OCDE (Manual de Oslo 2005). Estes produtos criam novas curvas de valor, sendo muitas vezes completamente novos ou em tudo diferentes dos produtos existentes que substituem.
Somente uns insignificantes 0,6% da amostra apresenta soluções que podem ser consideradas de forma inequívoca como inovação que acrescenta valor ao produto, por via da adição da componente de valor intangível ao mesmo, sendo este indutor de alterações culturais, isto é, mudanças nos comportamentos dos consumidores.Os restantes 97,0% das empresas apresentam soluções que não passam de inovação de melhoria, ou seja, geradora de pequenas alterações ao produto ou serviço ou aos processos produtivos, de networking e de marketing. Este tipo de inovação provoca diferenciação nos produtos/serviços que são facilmente copiados pelos concorrentes, por isso de curta duração.
Na amostra não foi identificada nenhuma empresa que se posicionasse claramente como desenvolvendo inovação que leve à criação de produtos/serviços alternativos aos existentes, que ainda que se apresentem com desempenhos inferiores, são disponibilizados a preços muito mais baixos para os consumidores, atingindo a base da pirâmide dos últimos, com volumes de consumo muito superiores. Este tipo de inovação tem, geralmente, impactos relevantes na economia, o que não se verifica na amostra em estudo.
Constata-se que 98,8% das empresas da amostra se apresentam como utilizando tecnologia, com maior ou menor incidência na sua actividade de IDI, para criarem a inovação definida no âmbito da sua certificação. Destas, 1,8% desenvolve inovações tecnológicas com base nos resultados da investigação fundamental própria, transposta para a criação de novos produtos ou serviços para o mundo. 0,6% desenvolve inovação tecnológica com base em investigação aplicada, utilizando conhecimentos fundamentais da mesma ou doutras industrias, na criação de produtos que dão respostas a necessidades muito específicas de determinados nichos do mercado. Os restantes 96,3% das empresas limitam-se a adoptar ou adaptar tecnologias existentes para resolver problemas do mercado, produzindo produtos ou utilizando processos ligeiramente diferentes dos demais.
Se a inovação tecnológica está presente em quase todas as empresas, ainda que na esmagadora maioria delas esteja apenas ao nível da adopção de novas tecnologias, a inovação cultural está apenas presente numa única empresa, de forma inquestionável, representando 0,6% da amostra. A inovação cultural, no estrito âmbito desta análise, define-se pela adopção de novos comportamentos pelos consumidores, causado por ou usando como meio um novo produto.
Existirão muitas outras empresas no mercado, para além das que fazem parte da base de dados do IPAC que desenvolvem inovação, por ventura com maior impacto do que a que é feita pelas empresas certificadas em IDI. Contudo, tendo em atenção a amostra analisada que corresponde a uma elite de empresas que obteve a certificação IDI, onde se encontram empresas de referência no mercado nacional, pode dizer-se que, efectivamente, o resultado da análise efectuada ao seu âmbito de certificação e aos outputs da inovação demonstrados confirma as conclusões da COTEC.
O facto de apenas uma reduzida parte da amostra produzir produtos inovadores é sinónimo dos limitados impactos que a nossa inovação tem na actividade exportadora nacional. Os serviços têm muitos mais constrangimentos relativamente à exportação do que os produtos, devido às suas características intrínsecas relacionadas com a não universalidade linguística, fiscal, legal e outras dos mercados externos.
A criação de valor, entenda-se criação de novo valor, por si muito mais susceptível de gerar mais valias do que a normal actividade reprodutiva de valor das empresas, surge como resultado de dois tipos de inovação: inovação tecnológica e inovação cultural. A primeira refere-se, principalmente, à criação de novas soluções tecnológicas e a segunda ao desenvolvimento de novos comportamentos de consumo e de uso. Dos resultados estatísticos da análise efectuada, verifica-se que apenas 2,4% das empresas da amostra possui inovação tecnológica e 0,6% possui inovação cultural que são potencialmente capazes de criar novo valor. Se considerarmos a representatividade da amostra no universo empresarial nacional, este valores percentuais tornam-se insignificantes para fazer com que a inovação feita internamente tenha um forte impacto na nossa economia.
O menos perfeito entendimento do que é inovação, de quais são as diferenças entre a dimensão tecnológica e a cultural, e de como o valor pode ser criado, acrescentado ou melhorado, leva a que muitos dos investimentos menos bem determinados efectuados no passado, e mesmo no presente e no futuro, possa ser a causa próxima do fracasso apontado pela COTEC . Muito trabalho ainda existe por fazer para bem gerir o valor e a inovação em Portugal.


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

sábado, 17 de janeiro de 2015

Como "amansar" o povo.

Em tempo de tão acérrima defesa da liberdade de imprensa no mundo ocidental, da qual sou devoto defensor, vamo-nos esquecendo como “alguns” vão continuando a “amansar” o povo, enquanto o mesmo se distrai com a algazarra que vai no quintal do vizinho.
É neste ponto desta narrativa que entra a proibição da entrada em Lisboa dos veículos automóveis com mais de um determinado número de anos.
Compreende-se que certas viaturas mais antigas não possuam sistemas anti-poluição determinada como requisito necessário para diminuir a poluição atmosférica nos grandes centros urbanos.
Mas não se compreende como o próprio Estado e seus parentes mais próximos fiquem isentos do cumprimento das mesmas regras.
E não se compreende como se possa limitar a utilização de propriedade individual em contextos para os quais os primeiros também são contribuintes, por via de impostos e taxas abrangentes a todos os que possuem viaturas automóvel.
Não basta proibir a entrada em Lisboa de milhões de veículos, cujos proprietários possam, potencialmente, necessitar de entrar na capital, para que com isso se reduza os níveis de poluição atmosférica no centro da cidade. É necessário muitas outras acções, como reduzir o número doutros veículos poluentes que o continuem a fazer, agora com autorização ainda mais legitimada.
Por isso, esta pequena acção de controlo das condições civilizacionais da nossa sociedade não passa de mais um pequeno passo para o grande objectivo que é o da “domesticação” de uma população que está cada vez mais mansa. 
Agora é a proibição de entrar em Lisboa, amanhã acontecerá o mesmo noutra ou outras cidades, depois será a perda de um outro qualquer direito até agora assumido, até que um dia, também, a da liberdade de expressão. De resto, já fomos bem mais livres nesse campo.

A ditadura da esquerda manifesta-se de forma igual à da de direita: qualquer desculpa serve para impor a sua vontade e, com isso, ir amansando o povo. Tudo porque  o povo continua a fazer escolhas erradas, como de resto sempre fez na maioria das vezes que lhe foi dado esse direito, salvo as raras excepções quando um qualquer líder assumiu a defesa incondicional do mesmo. Não se vislumbra nenhum messias para breve, pelo menos enquanto o actual contexto se mantiver, para nossa própria desgraça.