sábado, 17 de janeiro de 2015

Como "amansar" o povo.

Em tempo de tão acérrima defesa da liberdade de imprensa no mundo ocidental, da qual sou devoto defensor, vamo-nos esquecendo como “alguns” vão continuando a “amansar” o povo, enquanto o mesmo se distrai com a algazarra que vai no quintal do vizinho.
É neste ponto desta narrativa que entra a proibição da entrada em Lisboa dos veículos automóveis com mais de um determinado número de anos.
Compreende-se que certas viaturas mais antigas não possuam sistemas anti-poluição determinada como requisito necessário para diminuir a poluição atmosférica nos grandes centros urbanos.
Mas não se compreende como o próprio Estado e seus parentes mais próximos fiquem isentos do cumprimento das mesmas regras.
E não se compreende como se possa limitar a utilização de propriedade individual em contextos para os quais os primeiros também são contribuintes, por via de impostos e taxas abrangentes a todos os que possuem viaturas automóvel.
Não basta proibir a entrada em Lisboa de milhões de veículos, cujos proprietários possam, potencialmente, necessitar de entrar na capital, para que com isso se reduza os níveis de poluição atmosférica no centro da cidade. É necessário muitas outras acções, como reduzir o número doutros veículos poluentes que o continuem a fazer, agora com autorização ainda mais legitimada.
Por isso, esta pequena acção de controlo das condições civilizacionais da nossa sociedade não passa de mais um pequeno passo para o grande objectivo que é o da “domesticação” de uma população que está cada vez mais mansa. 
Agora é a proibição de entrar em Lisboa, amanhã acontecerá o mesmo noutra ou outras cidades, depois será a perda de um outro qualquer direito até agora assumido, até que um dia, também, a da liberdade de expressão. De resto, já fomos bem mais livres nesse campo.

A ditadura da esquerda manifesta-se de forma igual à da de direita: qualquer desculpa serve para impor a sua vontade e, com isso, ir amansando o povo. Tudo porque  o povo continua a fazer escolhas erradas, como de resto sempre fez na maioria das vezes que lhe foi dado esse direito, salvo as raras excepções quando um qualquer líder assumiu a defesa incondicional do mesmo. Não se vislumbra nenhum messias para breve, pelo menos enquanto o actual contexto se mantiver, para nossa própria desgraça.