terça-feira, 11 de agosto de 2009

A gripe "A", ou a falta dela....

Este meu comentário não pretende ser político, mas apenas de um cidadão responsável que não entende certos comportamentos que vêm dos dirigentes e da classe/elite que nos governa.

A Ministra da Saúde referiu ou quis dar a entender que existem pessoas a contaminarem outras com a gripe A de forma propositada.
Para ilustrar tal conclusão, própria de um ser intelctualmente superior, referiu que "uma mãe" disse que "ía contaminar propositadamente outras crianças porque também lhe tinham contaminado a sua".

Nós sabemos, ou devíamos saber que quem faz um comentário como este faz parte de uma classe de cidadãos (não me caiam em cima ainda só por estas palavras) que devido a uma educação menos avançada e a uma atitude menos compreensiva e urbana, dizem o que lhes vai na alma sem medirem as suas próprias palavras e o verdadeiro significado das mesmas, sendo que nunca serão capazes de pôr em prática as ameaças que fazem?
Claro que sabemos!
Até sabemos que nós próprios, muitas vezes sob a influência das circunstâncias, proferimos afirmações que em nada reflectem a nossa vontade e forma de ser e estar na vida.
É típico do povo Português proferir essas "ameaças" (blasfémias) que não passam de meras palavras, sem qualquer significado real que não seja o de demonstrar indignação ou revolta, mas que não constituem em si qualquer perigo para a sociedade, porque nunca serão levadas a cabo.

Mas, e vou aqui abrir um espaço de liberdade intelectual em que tudo pode ser possível, mesmo que existissem mães e pais revoltados por alguém ter deixado que os seus filhos fossem contaminados com a gripe A e estejam assim dispostos a contaminar os filhos de outrem de forma propositada, este argumento nunca poderá ser utilizado por um governante (não interessa a sua cor política) para se ilibar da sua responsabilidade e da sua competência ou falta dela para controlar um fluxo pandémico.

Dizer isto ao público, ao mesmo povo que diz coisas que não devia dizer (mas o povo sabe e aprende o que as elites lhe querem ensinar, não é?!) é descer ao nível de quem fez a afirmação em causa. Se temos governantes que dialogam ao nível da ameaça fútil, inexequível, desgarrada e sem consequências, então compreenderemos que o mesmo governante é também inconsequente nos seus actos.

Ao que havíamos de chegar!

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