domingo, 21 de dezembro de 2008

Porque estamos em crise? E como e quem resolve a crise?

Este é um assunto que, apesar da enorme importância que o mesmo possa ter na vida de todos nós, a população em geral não parece querer discuti-lo. Parece existir duas grandes razões para tal: a primeira diz respeito à atitude passiva colectiva, em que se assume que se não fizemos nada para criar a crise, então não temos que fazer nada para a resolver, e os governos e os bancos que a resolvam; ou a segunda que diz respeito à ignorância existente sobre o assunto, por falta de conhecimento técnico ou falta de informação, pelo que “penas que não se vêm não se sentem”.

Não sendo especialista em macro economia ou sobre o sistema financeiro, tenho tentado encontrar informação que me possa ajudar a compreender o que se passa à minha volta (e agora é a crise que me rodeia por todos os lados, tanto a nível pessoal como profissional), sendo que encontrei nos mais variados fóruns muitas opiniões mais ou menos coincidentes.

A maioria dos comentários parece incidir num ponto: o actual sistema monetário/ financeiro/ bancário/ político/ et cetera está “podre”! Tornado podre pelo oportunismo de uma classe dirigente (do sistema) que se tem aproveitado das condições para sugarem, extorquirem, se apoderarem de avultadas riquezas (na forma monetária que rapidamente passaram para outras formas) e das fraquezas (há quem lhe chame dependência) da classe política, que cegamente abre o caminho legal para que uns poucos possam abusar da maioria.

O sistema capitalista parece estar a atravessar uma grave crise. Uma economia baseada na concorrência, na oportunidade, na acumulação de riqueza em apenas algumas mãos, no consumo desenfreado, na dependência do trabalho, et cetera é, para muitos líderes de opinião e especialistas, insustentável a longo prazo, sendo que se criarão polarizações extremas entre muito ricos e muito pobres, com m imenso vazio no meio.

Sendo este o problema, então a discussão deverá centrar-se à volta das alternativas que se poderão colocar ao mesmo. Várias já foram as tentativas no passado para apresentar alternativas que, como bem sabemos, acabaram por falhar. Mas isso não implica que não se tente encontrar ou criar uma alternativa ao sistema organizacional da sociedade e da economia que funcione sem causar as entropias e as desigualdades que o capitalismo cria.

Mas o que continuamos a observar é que o mundo (pelo menos o dos políticos e do sistema financeiro) está preocupado em resolver os problemas dos principais causadores da crise (os tais dentro do sistema) e não em eliminar as causas, em encontrar novas soluções para um problema que parece levar-nos progressivamente ao abismo. Continuamos a alimentar o mesmo sistema, o tal que está “podre”, sem se tentar encontrar um novo “paradigma societal”. Quanto tempo mais vamos nós viver até vermos a ruptura completa do actual sistema e os consequentes impactes que a mesma trará para a sociedade, sem que ninguém com obrigação para tal faça nada para impedir a “desgraça”?

Parece que nem esperança nos resta!

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