segunda-feira, 23 de março de 2009

"...NÃO VOU POR AÍ!"

Tenho de agradecer a um amigo por ter-me lembrado de um poema de José Régio numa extraordinária e emocional interpretação de João Villaret.
(para quem tiver interesse em ouvir, este é o endereço: http://www.youtube.com/watch?v=OexuXLZcHkY)
Lembro-me de ser criança de tenra idade, uns quatro ou cinco anos, e ouvir este poema e esta interpretação e pensar, ainda sem sequer entender o mínimo significado do mesmo, como gostaria de um dia escrever e declamar algo que se assemelhasse a este padrão.
Não sou assim tão iluminado que me possa sequer colocar em comparação com tamanhos génios que foram José Régios na criação da palavra ou João Villaret na sua interpretação. Mas as palavras e a força da sua interpretação sinto-as como se fossem minhas. Sinto-as como se saissem das minhas entranhas. Sinto-as como se fossem o único significado que tenho da minha existência.
Daí este meu espírito rebelde, mesmo apesar dos cinquentas, que não se conforma com "politicamente corretos", com "padronizações" comportamentais, com "seguidismos" cegos, com "antes a favor do que contra", e que me atormenta a cada momento que vejo injúrias ao ser humano, ofensas ao cidadão, roubos ao contribuinte, e outras afrontas que me deixam de "tripas voltadas".
Por isso, também eu digo: "...não vou por aí!"

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