domingo, 1 de março de 2009

Centro Comerciais vazios

Um artigo da Lusa que encontrei num fórum de uma rede social na internet, relata que existem em Portugal um enorme conjunto de Centros Comerciais, maiores ou mais pequenos, que estão parcial ou totalmente abandonados, sendo que a sua distribuição se verifica por todo o País.
O jornalista, que se limita a dar os factos, retrata a realidade de um sistema económico falhado, desde que Guterres entrou para o governo (nota: não estou a defender nenhum outro sistema, estou só a analisar o que se passou depois de 1995).
O nosso crescimento assentou acima de tudo e desde então no aumento do consumo interno. Esta política levou a que o nosso défice externo passasse de 11% do PIB de 1995 para mais de 90% do mesmo PIB em 2008.
Andámos a pedir emprestado lá fora para consumir cá dentro, comprando o que os outros produziram, isto é, pedimos-lhe dinheiro para lhe comprar bens.
O que fizemos cá dentro foi construir habitações e outras construções (como centros comerciais), que vendemos a preços especulativos e que agora valem muito menos do que seria de esperar.
Agora, esses Centros Comerciais estão vazios porque não existe compradores. Mas será que deixamos de ter dinheiro? Claramente, deixamos de depender do nosso próprio dinheiro. Quem produzia valor deixou de o fazer, sendo que os centros produtivos passaram e continuam a passar progressivamente para a China e Índia, sem que sejam substituídos por outros que produzam produtos de mais valor acrescentado, o que levou a que a criação de riqueza real diminuísse consideravelmente, passando-se a viver da riqueza criada de forma especulativa como produtos financeiros e imobiliário.
Agora, não produzimos suficiente valor que seja suficiente para comprar ao exterior o que precisamos para vivermos.
Qual é a solução? Apenas uma: deixarmos de consumir. Isto implica voltarmos a contar as “patacas”, a viver com muito menos condições e a reduzir a nossa qualidade de vida.
Preparemo-nos para o pior, que esse ainda não chegou.
Mas preparemo-nos acima de tudo para dar a luta. Ou voltamos a produzir e a criar valor ou desaparecemos, porque agora não temos nada onde nos agarrar, como o comércio com a Índia, o ouro do Brasil, os diamantes e outras receitas de África e os subsídios da U.E.
O tempo começa a ficar curto. O pior é que parece que os nossos governantes ainda não deram por isto.

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