terça-feira, 8 de maio de 2012

A teoria do "virus"


A natureza é, por defeito, perfeita. Assim, tudo o que existe tem um propósito ou razão de ser. Tudo o que compõe a natureza faz parte de um enorme processo contínuo, auto suficiente, que, se não existirem elementos estranhos, mantém a sua inércia infinitamente.

Porém, existe algo na natureza que me intriga em termos de definição da sua razão para existir. Refiro-me aos vírus. Todos sabemos que o vírus é algo que destrui o hospedeiro, levando isso também à sua própria destruição. Alguém me dizia, que se reproduzem para manter a espécie. Isso passa-se com todos os seres vivos. Mas enquanto a maioria dos seres que nós conhecemos, especialmente os animais, apenas matam para manter a vida e consequentemente a espécie, os vírus destruem o hospedeiro por completo. A explicação para tal compete a essa disciplina a que chamamos “ciências da natureza” e que não é nosso propósito aqui discutir. O que pretendemos é transportar a analogia para a nossa vida em sociedade.

É-me extremamente difícil compreender como a sociedade aceita e convive tranquilamente com uma variada quantidade de comportamentos virulentos, nos mais diversos estratos da sua organização estruturada. Sabemos que os comportamentos são reflexos das atitudes. Por sua vez, estas fundamentam-se em crenças e valores. Ora, se estes estão mal definidos, pelo menos de acordo com padrões que são sinónimos de humanismo e democracia, então não se pode esperar outra coisa dos comportamentos que não reflexos de virulismo e parasitismo.

O pior é que, certos agentes virais têm a capacidade de iludir e manipular os hospedeiros, fazendo estes crerem no seu bem estar (aparente) e na solidez do seu futuro. Quais hipnotizadores, usam de manha, sofisma e mentira para criar realidades virtuais que, após o seu desmoronamento, colocam os hospedeiros perante realidades problemáticas e, por vezes, fatais.

A nossa sociedade, e por tabela, a governação, a administração pública, as organizações e as empresas estão contaminadas com uma tal quantidade destes vírus que não existem antídotos que resultem a curto prazo. Teremos de combater os vírus usando os seus próprios processos. Fogo com fogo se combate. Vamos ter que os contaminar com doses extra de valores, crenças e atitudes que os levem a alterar os seus actuais comportamentos. Esta batalha não vai ser fácil, porque estamos a falar de pessoas e de emoções, e como tal, fáceis de influenciar e manipular para o mal, difíceis de fazer mudar para o bem (dependendo dos padrões). Voltamos de novo à eterna guerra entre o bem e o mal, o seu equilíbrio e a razão da sua existência... estamos tramados!

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