quinta-feira, 17 de maio de 2012

A expressão da escolha

A pouco e pouco a  máscara vai-se desvanecendo.
A palavra não existe se não contiver, em si, significado. O que se aplica, acima de tudo, à política.
A maioria da população (falemos apenas da nossa e deixemos os outros entregues a eles próprios) acredita que o regime político em que vivemos é uma democracia, sendo que o seu entendimento é que somos "livres de escolher" quem nos representa e desempenha a difícil tarefa da governação.
Mas, progressivamente, porque as palavras são por definição "significado", temos um ou outro desses nossos representantes ou governantes que, ocasionalmente, deixa passar o verdadeiro "significado" das palavras, que na generalidade não é o mesmo que é entendido pelo tal "povo".
Numa referência a um golpe de Estado num país Lusófono, o Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Portugal em exercício nessa mesma altura (já viram que não quero mesmo politizar a conversa, pelo que não refiro nomes) referiu que não se pode privar o povo da sua livre "expressão de escolha".
Então, o que está em causa é a "expressão da escolha" em si, e não a "escolha" na sua verdadeira dimensão.
Isto é, na prática o povo pode expressar-se na sua escolha mas, na verdade, não consegue escolher, porque as opções são "impostas", sendo que a sua liberdade fica limitada a escolher entre essas opções.
É aqui que a palavra "elite" assume o seu verdadeiro significado.

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