domingo, 15 de fevereiro de 2009

O MUNDO VAI MAL

Como eu sei o que vai de mal pelo mundo.
Ninguém efectivamente sabe o que vai acontecer, e eu também não vejo nenhuma razão racional para que a coisa não fique ainda pior. Penso que iremos piorar ainda mais, dentro deste ano. O mundo todo vai piorar.
O melhor cenário possível é o de que iremos aguentar com o aumento de desemprego, mantendo a baixa inflação, ou mesmo deflação, com a desvalorização das moeda (sendo que parece que o euro se vai aguentando para bem dos nossos males) e com a redução das margens de lucro por subida da competição (muitos irão falir, o que leva ao desemprego).
Num cenário extremamente pessimista, a inflação será negativa (deflação), o consumo será reduzido por causa do comportamento dos consumidores que protelarão as suas decisões de compra, as empresas fecharão em barda, o desemprego será galopante, a miséria alastrará, a insegurança será generalizada, as moedas deixarão de ter valor, não por desvalorização (o que corresponderia a inflação, que não é o caso) mas sim por falta de crédito, os juros pedidos pelas entidades financeiras aumentará (apesar das taxas quase zero dos bancos centrais), o investimentos será quase nulo, a riqueza será acumulada não em moeda mas em bens e património (propriedades e metais), a instabilidade política aumentará, os conflitos regionais aumentarão devido a políticas proteccionistas, o mundo poderá até entrar em colapso e conflitos generalizados serão possíveis.
Ninguém sabe onde ficamos entre estes dois extremos (de lembrar que o menos mau nem chega a ser positivo).
Parece ainda claro que os governantes de todo o mundo também não sabem o que vai acontecer e o que poderão ou deverão fazer para contrariar os piores cenários.
Assim, par ao cidadão comum, fica a pergunta: o que devo fazer?
Aparentemente nada ou muito pouco.
Poupar para os piores tempos que ainda estão para vir, e assim agravamos a crise na medida em que estamos a reduzir o consumo.
Esperar por melhores tempos para investir, quando os preços estiverem ainda mais baixos, e também estaremos a contribuir para o agravamento da crise.
Com certeza o que não se adivinha como sensato é investir e aumentar o nosso consumo, mesmo que para isso tenhamos de recorrer ao crédito. Nem pensar, pensaremos muitos, pois foi isso que esteve na base da actual crise.
Falta esperar pelo Estado para fazer algo que anime a economia. Mas com o quê?
Se for com a receita dos impostos, estas irão com certeza diminuir, devido à redução na criação de valor acrescentado e de rendimentos pessoais, o que não poderá ser a base para suportar o investimento do Estado.
Se for por aumento da dívida pública, estamos a cair no mesmo erro que serviu como ignição à crise, e pior ainda quando dívida implica que exista um devedor e um credor. E quem vai ser o credor ou financiador do Estado? Os bancos centrais, através da emissão de moeda? E então o que é feito do controlo da inflação? Poderemos lembrar que essa não vai acontecer, podendo ser até mesmo negativa, devido à diminuição do consumo para valores extremamente baixos. Mas se assim for, então estaremos em posição de dizer que a moeda, apesar da deflação e aparente manutenção de valor (de câmbio), a mesma não tem aceitação no mercado, que perdeu completamente a confiança no sistema monetário (não seria a primeira vez que isso aconteceria na história da civilização).
Será que nos resta trocar bens e serviços?
Será que voltaremos ao sistema de troca de produtos e bens?
Parece que a resposta não é fácil, pelo menos para já.

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