segunda-feira, 2 de julho de 2012
Uma questão de estratégia
quarta-feira, 13 de junho de 2012
O 4º PODER
quinta-feira, 17 de maio de 2012
A expressão da escolha
A palavra não existe se não contiver, em si, significado. O que se aplica, acima de tudo, à política.
A maioria da população (falemos apenas da nossa e deixemos os outros entregues a eles próprios) acredita que o regime político em que vivemos é uma democracia, sendo que o seu entendimento é que somos "livres de escolher" quem nos representa e desempenha a difícil tarefa da governação.
Mas, progressivamente, porque as palavras são por definição "significado", temos um ou outro desses nossos representantes ou governantes que, ocasionalmente, deixa passar o verdadeiro "significado" das palavras, que na generalidade não é o mesmo que é entendido pelo tal "povo".
Numa referência a um golpe de Estado num país Lusófono, o Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Portugal em exercício nessa mesma altura (já viram que não quero mesmo politizar a conversa, pelo que não refiro nomes) referiu que não se pode privar o povo da sua livre "expressão de escolha".
Então, o que está em causa é a "expressão da escolha" em si, e não a "escolha" na sua verdadeira dimensão.
Isto é, na prática o povo pode expressar-se na sua escolha mas, na verdade, não consegue escolher, porque as opções são "impostas", sendo que a sua liberdade fica limitada a escolher entre essas opções.
É aqui que a palavra "elite" assume o seu verdadeiro significado.
terça-feira, 8 de maio de 2012
A teoria do "virus"
terça-feira, 17 de abril de 2012
Empreendedorismo? Mas como?
A crise que atravessamos actualmente em Portugal, não se limita a ser apenas económica e financeira, mas ultrapassa já os âmbitos sociais, culturais e educacionais.
Apontado como uma possível solução para parte do flagelo social que é o desemprego, e até com potencial para diminuir os efeitos negativos no campo económico que se fazem actualmente sentir, o “empreendedorismo” surge nos discursos de políticos, académicos, agentes associativos e sindicais, fazedores de opinião e comentadores como uma das soluções.
Mas surge sempre descontextualizado. Por várias razões, o empreendedorismo é colocado de forma autónoma como uma solução, ignorando as causas que estão por detrás de tão pouco empreendedorismo nacional. Entre as muitas que existem, que não tentarei enumerar até à exaustão, apontarei as seguintes razões que nos levam a ser tão pouco empreendedores.
O sistema de ensino, em toda a sua extensão, não cria em nós a vontade de empreender, criar, inventar, sermos autónomo, livre para traçar o nosso próprio destino pessoal e profissional. Antes, incute nos jovens a vontade na dependência do Estado ou noutros, o acreditar que temos direitos, sem deveres, que a vida é fácil, começando pela não existência de uma avaliação objectiva e real das competências e mérito de cada um. Da mesma forma, não ensina os jovens a planear, controlar, a agir, a tomar decisões, em suma, a serem gestores.
O contexto que se apresenta aos potenciais empreendedores é por si desmotivador de qualquer acção empreendedora. A burocracia do Estado, o acesso à informação, à justiça, ao licenciamento, ao financiamento, bem como os custos com energia, e o código laboral, leva qualquer individuo com pretensões a ser empreendedor a não se aventurar em tal empreitada.
A falta de capacidade financeira de quem por ventura tenha ideias passíveis de se tornarem em negócios de sucesso, bem como o difícil, senão impossível, acesso ao financiamento, tradicional ou mais inovador, impossibilita o avanço da maioria dos potenciais empreendedores que possam existir.
Finalmente, de entre as mais importantes causas do não-empreendedorismo, surge aquela que mais indivíduos retira do caminho de uma vida profissional como empreendedor ou empresário: a ditadura fiscal. Devido às actuais leis, que transferem para os gerentes e administradores das empresas toda a responsabilidade fiscal, mesmo que comprovadamente não exista culpa que possa ser atribuída, leva a que qualquer pacato cidadão, com a mais criativa e genial ideia de produto ou negócio, deixe de entrar no mundo empresarial.
Com estas condições, não é de admirar que não haja empreendedores em Portugal. Há funcionários públicos e empregados.
Mas, assim quem é que vai criar valor para sustentar a economia?
Aparentemente, muito poucos ou mesmo ninguém.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
sexta-feira, 16 de abril de 2010
O CERCO APERTA-SE
Ontem, o Presidente da Republica Checa, durante a visita do nosso Presidente da República aquele país, fora do que seria o normal protocolo nestas situações, fez uma clara crítica ao defit português.
Este comentário, directo e objectivo, pode ser interpretado de várias formas, entre elas a de que os países mais pequenos da Europa Comunitária não estão para pagar a crise dos outros, especialmente daqueles que não se sabem governar.
A Republica Checa está fora da zona Euro, pelo que não sofreu com a impossibilidade de alterar a sua taxa de câmbio como nós.
Mas o problema não está apenas na taxa de câmbio que nós não temos por pertencer à moeda única.
O problema está na despesa pública, na falta de produtividade da nossa economia por força de existência de uma grande percentagem de postos de trabalho que não acrescentam valor à economia, mais especificamente administração central e função pública, no continuado endividamento do país para comprar tudo o que necessita no exterior, desde a energia até à alimentação, nos hábitos consumistas de uma população que não cria valor suficiente para tal, e na falta de recursos, não os naturais porque disso não temos culpa mas dos humanos porque não temos um sistema de ensino e de formação profissional que crie competências técnicas e atitude para com o trabalho e a criação de riqueza.
Este comentário do Presidente Checo vem de encontro a um artigo de Simon Johnson, numa análise realizada para o jornal norte-americano 'New York Times', intitulada "O próximo problema global: Portugal", em que o economista anuncia Portugal como muito próximo da bancarrota, devido à incapacidade dos nossos governantes em perceber a verdadeira dimensão do problema e em atacar o problema da forma correcta – cortar forte e feio na despesa do Estado.
O nosso país tem menos de 50% de população activa, sendo que desempregados, reformados, jovens e outros sem emprego já são a maioria. Dos que trabalham, apenas cerca de 70% acrescentam valor, sendo os restantes funcionários públicos ou similares, não acrescentando directa ou indirectamente qualquer valor à economia.
Isto quer dizer que não ganhamos para o que consumimos. Daí a necessidade de nos termos vindo a endividar nas últimas duas décadas de forma avassaladora para satisfazer as necessidades de consumo de uma população inteira.
Todos sabemos que este esquema não é nem nunca poderá ser sustentável a longo prazo, pela simples razão de que um dia o crédito acaba-se. Acontece isso às famílias, também pode acontecer aos países.
O mais preocupante é que apesar de todos estes sinais de alarme, internos e externos, continuamos com as mesmas políticas.
Assim, o nosso futuro só pode correr mal.